Jogo noturno realizado no CTG, em Sombrio/SC.
O jogo reuniu quase 40 jogadores, das equipes ASA, HeadShot, Tassc, Alpha Force e Game Honor.
Divididos em dois times, os jogadores deveriam capturar a bandeira inimiga e trazê-la a sua base.
O jogo começou as 23:00h e seguiu até as 02:30h. Lua cheia e madrugada gelada deixaram a noite própria para os combates.
Pequeno relato de um combate.
Começo do segundo jogo eu e outro jogador partimos por nosso flanco direito, caminhando por uma estrada em campo aberto. A noite e um pouco de nevoeiro ocultavam nossa movimentação, mesmo com a lua cheia. Andamos um pouco mais e tivemos o primeiro contato. Inimigos a nossa frente abriram fogo contra agente, nos pegando de surpresa. Meu parceiro se jogou ao chão e eu saí pela direita com fogo e movimento. Fui até uma cerca, troquei uns tiros, derrubei um inimigo e levei um tiro na perna, tiro de munição traçante, das muitas que voaram rápido em minha direção, enchendo o ar de vagalumes verdes turbinados. Peguei a BB luminosa e fui para o respawn.
No final do jogo é que fui ver meu parceiro novamente. Ele me disse que depois que morri ele ficou lá deitado um tempo e depois avançou sozinho pelo campo inimigo. Armado só de pistola ele conseguiu pegar a bandeira inimiga e voltar para nossa base.
Eu voltei do respawn para o mesmo flanco, mas não achei mais meu parceiro, fiquei sozinho, ninguém para me ajudar. A responsabilidade de uma infiltração inimiga diretamente para nosso respawn caia sobre mim e eu teria que segurar aquele flanco.
Fui avançando aos poucos e tomando uma posição de ataque, com ponto de fuga bem evidente. Pouco tempo passa e vejo dois vultos negros vindo em minha direção em campo aberto, afastados um do outro, em linha. Também percebo que dois outros inimigos avançavam em coluna pela minha esquerda, costeando a cerca de madeira pelo lado de dentro, protegidos dos meus tiros pelas tabuas da cerca. Dois pela frente, dois pelo flanco, formação em L, situação se agravando. Eu teria que impedir o avanço dos dois a minha esquerda, retardar o avanço do pessoal a minha frente e teria que fazer isso imediatamente.
Eu estava ajoelhado em posição de tiro, em campo aberto, oculto pela noite e por uns poucos arbustos baixos, mas exposto a qualquer lanterna focada em minha direção. O ar gelado insistia em condensar e embaçar os óculos. Era preciso respirar lentamente para não embaçar totalmente as lentes.
Os dois que vinham em campo aberto já estavam bem perto de mim. Troquei o magazine por um cheio, com 35bb, e percebi que os dois a minha esquerda estavam num trecho onde a cerca de madeira acabava e ficava só com arames. É agora! Marquei bem onde eles estavam passando, a distância um do outro e voltei minha atenção para os inimigos a minha frente. Mirei no peito do que já estava mais próximo. Empunhadura, respiração, acionamento do gatilho. Um tiro. Morto! Começa o caos. Tiros ecoam ao redor. Sem esperar passei para o segundo e sentei três tiros. Morto! Girei 90º e atirei seguidamente nos dois vultos negros a minha esquerda. Morto! Morto! Derrubei os quatro. Troquei de posição, indo para o ponto de avanço pré-definido. Segurança, rapidez, surpresa, ação vigorosa e precisão, com as bençãos da santa sorte, amém.
O silencio tomou conta da noite novamente enquanto os vultos negros se afastavam em direção ao próprio respawn. Deu vontade de ir lá cumprimentar aqueles guris pela honestidade, soldados anônimos na escuridão.
Gustavo Motta
ASA – Airsoft Araranguá.
Jogo noturno em Sombrio/SC.
16maio2014.